Transcrito do Portugal Club e que por diversas vezes tenho lido as criticas que são feitas ...ao escritor em causa.Estas são feitas por um colega do MESTRE
que virou escritor...
Faz-me lembrar uma história de uma escritora suiça que há anos visitou Portugal e numa dessas visitas
ao Bairro Alto,em Lisboa,viu dois ou três gatos sem rabo...Então no regresso à SUIÇA ,escreve que em Portugal havia uma espécie rara de gatos SEM RABO
isto só por que os donos desses gatos certamente
entalaram o rabo nos armários ou portas lá das casas...Daí generalizar para uma classificação de gatos...
Certamente ,o escritor,também tem queixas da PIDE/DGS...
folclore
Nas últimas semanas fomos protagonistas de um lamentável incidente que nos envolveu pessoalmente e um livro de um escritor que ofendeu gravemente a Instituição Militar com afirmações mentirosas e halocinogénicas de seu nome António Lobo Antunes descrevendo factos e cenas que senão passaram no tempo em que ele passou como Alferes Miliciano . Basta abrir o livro a páginas 391 para imediatamente se aperceber da mente que assim descreveu tais factos e que são fácilmente negadas e absurdas na história militar da guerra de Angola. Inacreditável!
O segundo facto passou-se com a minha pessoa, que por inacreditável que pareça também estive no norte de Angola mobilizado em duas comissões de 1962 a finais de 1966 sempre em zonas de combate.. Fui Tenente Miliciano Médico, fui ferido numa emboscada, louvado várias vezes e condecorado duas. Não assisti a atrocidades dos nossos soldados, mas sim a chacinas brutais da entâo UPA.Assim desminto as aleivosias e obscenidades daquele escritor . Acabado o tempo militar segui directamente para a África do Sul para terminar a minha especialização ao tempo em que Christian Barnard efectuou o primeiro tranplante cardíaco . O nível de medicina e cirurgia era dos melhores do Mundo , e no tempo do "Apartheid aquele não existia dentro dos Hospitais . Fomos testemunhas durante mais de duas dezenas de anos naquele País. Nos primeiros 5 anos em dedicação exclusiva nos Hospitais vivíamos em apartamentos dentro dos Hospitais, um dos quais o "Baragnavath" onde trabalhavam mais de 600 médicos de várias nacionalidades e raças. Tratámos e operámos milhares de doentes de todas as raças e várias vezes nesse período deslocávamos ao Soweto para aí tratar doentes de raça negra. Nunca fomos mal tratados e fizemos vários amigos colegas de várias raças e nacionalidades . A lei sobre a saúde e sobre os médicos era muito severa .
Qualquer doente que falecesse quer na sala de operações quer no Banco nós médicos comparecíamos automaticamente em três Tribunais, Civil, Criminal e Ordem dos Médicos para averiguar se tinha havido negligência médica. E fácil é entender porquê?. Como havia pena de morte e se o criminoso era apanhado os advogados de defesa procuravam encontrar "extenuating circunstances", para assim evitarem a pena de morte e indagavam até ao mais ínfimo pormenor qualquer falta dos médicos. Entretanto naquele tempo não havia listas de espera. Começavamos a operar às 8 da manhã e terminavámos às 5 ou 6 da tarde num Bloco operatório que tinha cerca de 10 salas de operações. É inevitavel que não havia, e compare-se com o Portugal de momento. E observe-se o que se passa com o Professor Manuel Antunes que em Coimbra tabém não tem listas de espera e que esteve comigo também nos últimos anos na África do Sul .
Serve isto para explicar o que se passou comigo numa conferência em Lisboa há bem pouco tempo sobre economia e corrupção. Quando eu me referia ao facto de não haver listas de espera na África do Sul um político responsável afirmou na sala que nós não tínhamos lista de espera porque os matávamos!!! Procurou humilhar-me, mas tal não o conseguiu revelando uma total ignorância dos Serviços de Saúde daquele País. Claro que serviço de Banco me faleceram vários doentes, e fui a Tribunal várias vezes, mas nunca fui condenado mas confesso que foram momentos bem dificeis.
Estas duas atitudes , a do tal escritor que mente e a deste que revelou uma total ignorância para fazer "folclore" numa conferência marcaram pois estas últimas semanas da minha já longa carreira de profissional de Saúde .
Artur Santos Dias