Um suicídio colectivo? Nunca…
O próximo dia 5 ficará marcado na nossa história moderna, como a oportunidade oferecida aos portugueses, para definirem o seu destino e o de algumas gerações vindouras, face ao desastre total a que Portugal foi conduzido, especialmente nos últimos anos, mercê de uma política, vergonhosa, no âmbito da Ética e da moral e absolutamente destruidora, no aspecto económico, financeiro, social e Ético. E por mais farsas que encenadas sejam, incluindo a tentativa da chamada ao palco de actores que nunca fizeram parte do elenco, os responsáveis por este desastre, em que a própria independência nacional já foi afectada e a dignidade de um povo ultrajada, num autêntico insulto a um passado que todos temos obrigação de respeitar e preservar, têm rosto e nome. E, de certeza, que nunca a história os esquecerá e que sempre serão recordados como os coveiros dos actualmente ainda vivos e de gerações futuras. E se os presentes podem e devem ser responsabilizados, por tudo o que não fizeram para impedir autênticos crimes de lesa - pátria ou por os terem cometido, às gerações futuras apenas resta a triste possibilidade de apelidarem de criminosos os que as antecederam. E muito em especial aos que, passiva e cobardemente, a tudo assistirem sem sequer se defenderem, utilizando a mais poderosa de todas as armas que uma democracia permite: a arma do voto. E pergunto-me: que raio de povo é este, meu povo? Será que uma declarada e descarada política de ilusão, de encobrimento da realidade e da verdade, praticada por diversos governos, mas em que o grande destaque vai para os últimos dois, situação agravada por uma vivência de facilitismo que os mais velhos proporcionaram a filhos e netos, gerando a ilusão de não ser necessário fazer sacrifícios de qualquer natureza para conseguirem usufruir de tudo o que uma sociedade de consumo e tremendamente materialista lhes oferecia, justifica tal alheamento da causa pública? Sei perfeitamente que o “Estado Protector”que muitos advogam e mesmo implantaram, mais ajudou, facilitou e mesmo incentivou tal tipo de vivência. E sei, do mesmo modo, que uma política de subsidio - dependência, cujos beneficiários, muitos dos quais a quem o trabalho aterroriza, mais a incentivou, gerando-se assim uma forte e estável base de apoio, inteligentemente montada, admitamos. Deste modo foram avalisados comportamentos tendentes a apenas aparentar que alguma coisa parecesse mudar, para que tudo ficasse na mesma ou ainda pior e maior indiferença e passividade se instalasse, mas tais realidades ainda tornam mais responsáveis os que, por puro egoísmo, inconsciência cívica e política ou mesmo pela comodidade obtida por uma vida parasitária, tornaram viável uma caminhada para o abismo em que Portugal caiu e se encontra.
E só um verdadeiro espírito de sobrevivência, de que todos os povos por norma são possuidores, e de que os portugueses já deram profundas provas de saberem utilizar, nas horas mais difíceis, permitirá que o próximo dia 5 não seja o de um autêntico “Suicídio Colectivo” dos portugueses e, assim, na prática, o enterrar, por algumas dezenas de anos, das mais justas aspirações do povo português e da sua independência e dignidade; e essa sobrevivência e negação do “Suicídio Colectivo”passará pelo afastamento, por muitos e muitos anos, de quem tenho apelidado de, no âmbito meramente político, “Coveiro do Povo”…
E até por duas razões muito simples, que afastam qualquer tipo de receios ou mesmo dúvidas:
-Governar pior, é impossível;
-Impossível também é continuar a delapidar a coisa pública, pois que quase tudo delapidado já foi.
Então, transformemos o dia 5 na pedra base e angular para a reconstrução de um Portugal novo e digno do seu passado, tantas vezes glorioso. Que os vindouros não se envergonhem dos seus antepassados, à mesma dimensão com que os vivos se podem orgulhar dos seus.
E que a todos, mas mesmo a todos, um só espírito anime: Servir o país, salvando assim Portugal! Porque, e que ninguém duvide, é disto que se trata…
Por mim, e mais uma vez, a minha simples ajuda não faltará.
É BOM QUE OS PORTUGUESES REPAREM O QUE SE PASSOU EM ESPANHA NAS ELEIÇÕES;NO DOMINGO PASSADO!!!
PENSEM NO VOSSO FUTURO
Viva Portugal (ou dá cá o meu!)!
REPASSANDO....
Drª. Judite de Sousa...
EXEMPLOS DE PORTUGUESISMO, DITADO POR GENTE DIGNA E HONRADA.
É preciso é coragem, darmos as mãos, muito sacrifício colectivo e ânimo, muito ânimo.
Que se divida o esforço por todos. Que todos nós sejamos contribuintes para o esforço nacional de recuperação deste pobre país.
Por exemplo:
Li ontem numa revista que a Drª Judite de Sousa levava 32 anos de RTP. Ou seja, ainda que uma funcionária pública especial, era paga pelo estado, por todos nós.
Dizia também a revista que a Drª Judite achou que 32 anos era uma longa vida e que tinha resolvido mudar de ares. Às vezes faz falta. Sempre no mesmo lugar, sempre a contar os parcos tostões, cansa, claro que cansa.
Mas esta mudança de ares tem tem outros "ares" pelo meio. Tomem nota.
Após a última entrevista da Drª Judite ao 1º ministro Sócrates (logo após a determinação do corte de 10% nos salários mais elevados da função pública), terminada a entrevista, ocorreu o seguinte diálogo em off:
- Drª Judite: Ó sr. 1º ministro! Então agora vão-me cortar 10% do meu salário...?! São 1.500 €, já viu...?!
- Sócrates: (espantado) 1.500 €....? Então a senhora está a ganhar bem...! Olhe a mim cortaram-me 500...!
- Drª Judite: ......!
Dias depois a Drª Judite fez as malas e correu para a TVI, onde não há funcionários públicos, e lhe prometeram aumentar mais o salário, juntando-se à família (Dr. Fernando Seara, que havia deixado a "O Dia Seguinte" onde aboletava 1.250€ por sessão...! Não por mês...!), fintando assim os 10% com que a queriam molestar, ao fim de 32 anos de maus ares e salários mixerucas na RTP...
Nesta hora de aperto, corações ao alto...! Afinal ainda temos bons portugueses e gente que sente o país e está disposta a contribuir com parte dos seus magros salários. Com portugueses assim estamos bem. A crise passará (por cima de alguns de nós, esmagando muitos, é certo...), mas passará...!
Nota: Não se apresse a desmentir Drª Judite... Está gravado...!!!
lisboa 24 de Maio de 20011
Fonseca dos Santos |
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Desde o dia 15 de Maio que os espanhóis se manifestam, eles não arredam pé , noite e dia,embora a polícia tenha proíbido.
Em Madrid nas Puertas del Sol são milhares e já se arrastaram a Barcelona e Sevilha e por aí fora.
Porque será que a nossa TV noticia tão pouco o que se está a passar no País ao lado e que já contagiou vários Países da América Latina.
Será Censura?......
Os 20 que nos têm cativos
por FERREIRA FERNANDES (Jornalista principal do DN)
Sim, também se aprende em eleições. Já a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários revelara no relatório anual sobre as sociedades cotadas (mas quem lê relatórios da Bolsa?), mas foi Francisco Louçã que disse em campanha: 20 administradores acumulam lugares nas administrações de mais de mil empresas portuguesas! Os discursos eleitorais sendo como os almoços, nunca grátis, Louçã puxou a coisa para o efeito imediato: um desses administradores omnipresentes ganhava 2,5 milhões de euros por ano. Ora esse é talvez o aspecto menos interessante do facto extraordinário de haver 20 pessoas com presença, cada uma, em 50 conselhos de administração. Aliás, alguns até estão em cargos não remunerados - e isso sublinha todo o sentido daquela bizarria. Os 20 tipos espalhados por mil empresas não estão lá para as gerir, estão lá para influenciar. Noutros negócios - máfia, maçonarias, Opus Dei (ou se quiserem ser românticos, dez estudantes finalistas brilhantes que fazem um pacto secreto para dirigir o País ao fim de uma dúzia de anos...) -, noutros negócios similares há a construção de um polvo, com estatutos mais ou menos secretos e uma vontade de organização. Mas os nossos "20 em mil" não são filhos de um complô - eles existem porque a nossa economia (centralizada e sem rasgo) respira naturalmente esta distribuição de poucos por quase tudo que dê dinheiro a sério. É assim porque é assim. E não vai deixar de ser assim.
A rádio, os jornais, a televisão não vos contam a verdade. Sobre qualquer informação faça a seguinte pergunta: "Quem beneficia com isto?". Procure pontos de vista diferentes, pense por si. Agora sim, retome a notícia.
CLUBE BILDERBERG EM ACÇÃO!
É fácil destruir a quem se opõe às suas tácticas financeiras. |
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Dominique Strauss Kahn foi eliminado por ameaçar a elite financeira mundial
Dominique Strauss Kahn foi vítima de uma conspiração construída ao mais alto nível por se ter tornado uma ameaça crescente aos grandes grupos financeiros mundiais. As suas recentes declarações como a necessidade de regular os mercados e as taxas de transacções financeiras, assim como uma distribuição mais equitativa da riqueza, assustaram os que manipulam, especulam e mandam na economia mundial.
Não vale a pena pronunciar-nos sobre a culpa ou inocência pelo crime sexual de que Dominique Strauss Kahn é acusado, os media já o lincharam. De qualquer maneira este caso criminal parece demasiado bem orquestrado para ser verdadeiro, as incongruências são muitas e é difícil acreditar nesta história.
O que interessa aqui salientar é: quem beneficia com a saída de cena de Strauss Kahn?
Convém lembrar que quando em 2007 ele foi designado para ser o patrão do FMI, foi eleito pelo o grupo do clube Bilderberg, do qual faz parte. Na altura, ele não representava qualquer "perigo" para as elites económicas e financeiras mundiais com as quais partilhava as mesmas ideias.
Em 2008, surge a crise financeira mundial e com ela, passados alguns meses, as vozes criticas quanto à culpa da banca mundial e à ao papel permissivo e até colaborante do governo norte-americano. Pouco a pouco, o director do FMI começou a demarcar-se da política seguida pelos seus antecessores e do domínio que os Estados Unidos sempre tiveram no seio da organização.
Ainda no início deste mês, passou despercebido nos media o discurso de Dominique Strauss Kahn. Ele estava agora bem longe do que sempre foi a orientação do FMI. Progressivamente o FMI estava a abandonar parte das suas grandes linhas de orientação: o controlo dos capitais e a flexibilização do emprego. A liberalização das finanças, dos capitais e dos mercados era cada vez mais, aos olhos de Strauss Kahn, a responsável pela proliferação da crise "made in America".
O patrão do FMI mostrava agora nos seus discursos uma via mais "suave" de "ajuda" financeira aos países que dela necessitavam, permitia um desemprego menor e um consumo sustentado, e que portanto não seria necessário recorrer às privatizações desenfreadas que só atrasavam a retoma económica. Claro que os banqueiros mundiais não viam com bons olhos esta mudança, achavam que está tudo bem como sempre tinha estado, a saber: que a política seguida até então pelo FMI tinha tido os resultados esperados, isto é os lucros dos grandes grupos financeiros estavam garantidos.
Esta reviravolta era bem-vinda para economistas progressistas como Joseph Stiglitz que num recente discurso no Brooklings Institution, poderá ter dado a sentença de morte ao elogiar o trabalho do seu amigo Dominique Strauss Kahn. Nessa reunião Strauss Kahn concluiu dizendo: "Afinal, o emprego e a justiça são as bases da estabilidade e da prosperidade económica, de uma política de estabilidade e da paz. Isto são as bases do mandato do FMI. Esta é a base do nosso programa".
Era impensável o poder financeiro mundial aceitar um tal discurso, o FMI não podia transformar-se numa organização distribuidora de riqueza. Dominique Strauss Kahn tinha-se tornado num problema.
Recentemente tinha declarado: "Ainda só fizemos metade do caminho. temos que reforçar o controlo dos mercados pelos Estados, as políticas globais devem produzir uma melhor distribuição dos rendimentos, os bancos centrais devem limitar a expansão demasiado rápida dos créditos e dos preços imobiliários Progressivamente deve existir um regresso dos mercados ao estado".
A semana passada, Dominique Strauss Kahn, na George Washington University, foi mais longe nas suas declarações: "A mundialização conseguiu muitos resultados...mas ela também um lado sombrio: o fosso cavado entre os ricos e os pobres. Parece evidente que temos que criar uma nova forma de mundialização para impedir que a "mão invisível" dos mercados se torne num "punho invisível".
Dominique Strauss Kahn assinou aqui a sua sentença de morte, pisou a alinha vermelha, por isso foi armadilhado e esmagado.
Esta é a 3ª Guerra Mundial começada em Bilderberg com a reunião dos grandes magnatas sem escropulos |
Tiragem: 44789
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 38
Cores: Cor
Área: 28,79 x 18,89 cm²
ID: 34349143 04-03-2011
Corte: 1 de 1
Este Natal li dois bons livros. São uma espécie de Padrinho I
e Padrinho II, a continuação um do outro. Recomendo ambos
Salazar
Este Natal li dois bons livros: um sobre a Primeira
República, de António Telo, e a biografi a de
Salazar, de Filipe Ribeiro de Menezes. São uma
espécie de Padrinho I e Padrinho II, são a continuação
um do outro. No primeiro vemos a causa,
no outro a consequência. Recomendo ambos.
O livro de Telo apenas abarca a primeira metade da Primeira
República, ou seja, até ao fi m da Grande Guerra. Vê-se
de forma clara a obstinação e a cegueira de Afonso Costa. A
sua determinação e a sua corrida para o abismo é surpreendente.
Faz-me lembrar alguns políticos que infelizmente nos
governam. Fica claro que o sidonismo é eminente e percebese
que um qualquer Salazar viria. Fica também claro que
chamar à I República democracia e reino da liberdade é uma
visão falsa. E Telo não teve medo de o mostrar.
Da biografi a de Salazar fi quei a perceber alguns acontecimentos
de que não tinha consciência. Talvez o mais
importante seja que, embora o regime fosse declarada e
assumidamente não democrático e não liberal, Salazar
viveu sempre acossado. Desde logo para consolidar o seu
poder; o golpe de 28 de Maio foi o início mas nada teve
de salazarista. Subiu a pulso até chegar onde chegou.
Depois foi acossado pelas infl uências revolucionárias
da República Espanhola. Logo de seguida teve a guerra
civil e, com Franco ganhador, o receio da anexação do
País por cedência aos radicais da Falange. Sobreveio a
II Grande Guerra e os receios de invasão por Espanha
(ou pela Alemanha) avolumaram-se. Daí o seu encosto
britânico para tentar o impossível por parte do velho
aliado em termos de segurança externa.
Finalizada a Guerra, as celebrações na rua da vitória
dos Aliados eram também anti-salazaristas. Pelo que, mais
uma vez, Salazar fi ca apertado, apesar do seu sucesso
(inegável) em ter conseguido manter o País intacto nas
suas fronteiras e sem participar na guerra. A candidatura
de Norton de Matos poderia ter sido uma ameaça.
Pouco depois morre Carmona e novamente tem de tomar
opções, nomeadamente entre a monarquia ou a república.
Opta pela segunda, mas não sem perder apoios
e desiludir muitos.
Finaliza os anos 50 com Humberto Delgado e os problemas
que conhecemos. E logo no início dos anos 60 tem
o seu período mais negro: invasão do Estado da Índia, a
ameaça de golpes e o início da guerra em África. Daí para
a frente é um homem apenas à defesa, sem capacidade
de se antecipar ou jogar politicamente. Acossado até ao
fi m, em 1968.
Outro traço claro de Salazar, que eu já conhecia, mas
que não é contraditado nesta biografi a, é que Salazar não
foi um fascista em sentido próprio do termo. Nem todas as
ditaduras de direita, que sempre as houve, são fascistas que
é um fenómeno específi co de uma determinada época.
Desde logo Salazar não ganhou o poder nem por eleições
nem por um golpe. Com excepção de Carmona, os
outros líderes e principais fi guras do 28 de Maio afastaramse
de Salazar e muitos conspiraram contra ele. Ele nunca
conquistou o poder, foi ganhando poder com o tempo,
lentamente.
Por outro lado, nunca foi um grande orador. Os seus
discursos são para ser lidos (e o português era bom) e não
ouvidos. Detestava as massas e os grandes ajuntamentos.
Nunca vestiu um uniforme militar contrariamente aos
outros ditadores fascistas. Aliás, sempre desconfi ou dos
militares. Os ofi ciais mais graduados tinham combatido ao
lado dos ingleses e eram anglófonos, o que para ele signifi
cava adeptos da democracia. Escolheu para ministro da
Guerra o major Santos Costa. Podemos imaginar nos dias
de hoje a afronta que seria para as Forças Armadas ter um
major à frente do Ministério da Defesa?
A União Nacional era uma estrutura que mais ou menos
hibernava para despertar quando necessário mas nunca
foi um partido de massas à moda fascista.
O salazarismo foi uma ditadura conservadora na verdadeira
acepção da palavra: queria conservar o que
tinha. Os fascistas queriam a mudança; eram, à
sua medida, revolucionários. Os fascistas eram
expansionistas: a Itália invadiu a Abissínia e os
Balcãs; a Alemanha ocupou quase toda a Europa
e teve guerras nas suas colónias africanas; e
Espanha teve ambições em Marrocos, então nas
mãos dos franceses. Salazar queria conservar o que tinha,
nomeadamente o seu império colonial africano.
Do ponto de vista económico, enquanto os fascistas eram
fortemente favoráveis à industrialização, Salazar buscava
na agricultura o futuro do País, ou seja, no seu passado.
Quanto ao respeito pelos direitos humanos básicos, é
evidente que Salazar não os respeitava e actuava através
da PIDE e de tribunais especiais. Mas o grau de brutalidade
que conhecemos em Espanha ou em Itália fi ca muito distante
do salazarismo. Nunca Salazar instituiu (ou pensou
em fazê-lo) a pena de morte. Mesmo quando o salazarismo
matou, foi como criminoso face à lei vigente. E comparando
a repressão salazarista com a repressão da Primeira República,
Salazar não se compara mal.
Mais ainda, Salazar procurou sempre manter as instituições
de repressão política fora das outras instituições. Por
exemplo, os tribunais políticos foram separados dos outros
tribunais que gozavam de relativa independência; o mesmo
se passou quando cria a PIDE, deixando bastante de lado
as outras polícias e fora da repressão política directa.
É verdade que Salazar adoptou muitas das instituições do
fascismo, nomeadamente italiano. A Mocidade Portuguesa
e a Legião foram criadas à imagem do que se passava por
essa Europa de índole fascista. Mas a Mocidade Portuguesa
foi fundamentalmente um movimento de escuteiros laico,
com alguma preocupação ideológica, mas nunca uma força
repressiva como em outros países fascistas. A Legião teve
alguma importância durante a crise espanhola nos anos 30,
mas rapidamente Salazar a esvaziou de conteúdo, desde
logo matando-a por falta de recursos fi nanceiros.
Salazar tinha um profundo desprezo pela liberdade e,
em particular, pela democracia, que fi que claro. Não foi
um ditador no sentido fascista, propriamente dito. Foi um
nacionalista, evitando a todo o custo que as grandes potências
tivessem capacidade (nomeadamente via recursos
fi nanceiros) para infl uenciar o rumo do País. Cedeu aos
ingleses (e americanos) a base das Lajes, não por razões
económicas mas por pressão militar. Alguma coisa neste
particular que nos embaraça um pouco nos dias que correm.
Certo?
Professor universitário
Luís
Campos
e Cunha
Salazar nunca
conquistou o poder, foi
ganhando poder com
o tempo, lentamente
Foi pedido o resgate
Bom, dado o que está em causa é tão só o futuro dos nossos filhos e a própria sobrevivência da democracia em Portugal, não me parece exagerado perder algum tempo a desmontar a máquina de propaganda dos bandidos que se apoderaram do nosso país.
Já sei que alguns de vós estão fartos de ouvir falar disto e não querem saber, que sou deprimente, etc, mas é importante perceberem que o que nos vai acontecer é, sobretudo, nossa responsabilidade porque não quisemos saber durante demasiado tempo e agora estamos com um pé dentro do abismo e já não há possibilidade de escapar.
Estou convencido que aquilo a que assistimos nos últimos dias é uma verdadeira operação militar e um crime contra a pátria (mais um). Como sabem há muito que ando nos mercados (quantos dos analistas que dizem disparates nas TVs alguma vez estiveram nos ditos mercados?) e acompanho com especial preocupação (o meu Pai diria obsessão) a situação portuguesa há vários anos.
Algumas verdades inconvenientes não batem certo com a "narrativa" socialista há muito preparada e agora posta em marcha pela comunicação social como uma verdadeira operação de PsyOps, montada pelo círculo íntimo do bandido e executada pelos jornalistas e comentadores "amigos" e dependentes das prebendas do poder (quase todos infelizmente, dado o estado do "jornalismo" que temos).
Ora acredito que o plano de operações desta gente não deve andar muito longe disto:
Narrativa
: Se Portugal aprovasse o PEC IV não haveria nenhum resgate.
Verdade
: Portugal já está ligado à máquina há mais de 1 ano (O BCE todos os dias salva a banca nacional de ter que fechar as portas dando-lhe liquidez e compra obrigações Portuguesas que mais ninguém quer - senão já teríamos taxas de juro nos 20% ou mais).
Ora esta situação não se podia continuar a arrastar, como é óbvio.
Portugal tem que fazer o rollover de muitos milhares de milhões em dívida já daqui a umas semanas só para poder pagar salários! Sócrates sabe perfeitamente que isso é impossível e que estávamos no fim da corda.
O resto é calculismo político e teatro, como sempre fez.
Narrativa
: Sócrates estava a defender Portugal e com ele não entrava cá o FMI.
Verdade
: Portugal é que tem de se defender deste criminoso louco que levou o país para a ruína (há muito antecipada como todos sabem).
A diabolização do FMI é mais uma táctica dos spin doctors de Sócrates.
O FMI fará sempre parte de qualquer resgate, seja o do mecanismo do EFSF (que é o que está em vigor e foi usado pela Irlanda e pela Grécia), seja o do ESM (que está ainda em discussão entre os 27 e não se sabe quando, nem se, nem como irá ser aprovado).
Narrativa
: Estava tudo a correr tão bem e Portugal estava fora de perigo mas vieram estes "irresponsáveis" estragar tudo.
Verdade
: Perguntem aos contabilistas do BCE e da Comissão que cá estiveram a ver as contas quanto é que é o real buraco nas contas do Estado e vão cair para o lado (a seu tempo isto tudo se saberá).
Alguém sinceramente fica surpreendido por descobrir que as finanças públicas estão todas marteladas e que os papéis que os socráticos enviam para Bruxelas para mostrar que são bons alunos não têm credibilidade nenhuma?
E acham que lá em Bruxelas são todos parvos e não começam a desconfiar de tanto oásis em Portugal?
Recordo que uma das razões pela qual a Grécia não contou com muita solidariedade alemã foi por ter martelado as contas sistematicamente, minando toda a confiança.
Acham que a Goldman Sachs só fez swaps contabilísticos com Atenas?
E todos sabemos que o Eng.º relativo é um tipo rigoroso, estudioso e duma ética e honestidade à prova de bala, certo?
Narrativa
: Os mercados castigaram Portugal devido à crise política desencadeada pela oposição. Agora, com muita pena do incansável patriota Sócrates, vem aí o resgate que seria desnecessário.
Verdade
: É óbvio que os mercados não gostaram de ver o PEC chumbado (e que não tinha que ser votado, muito menos agora, mas isso leva-nos a outro ponto), mas o que eles querem saber é se a oposição vai ou não cumprir as metas acordadas à socapa por Sócrates em Bruxelas (deliberadamente feito como se fosse uma operação secreta porque esse aspecto era peça essencial da sua encenação).
E já todos cá dentro e lá fora sabem que o PSD e CDS vão viabilizar as medidas de austeridade e muito mais.
É impressionante como a máquina do governo conseguiu passar a mensagem lá para fora que a oposição não aceitava mais austeridade.
Essa desinformação deliberada é que prejudica o país lá fora porque cria inquietação artificial sobre as metas da austeridade. Mesmo assim os mercados não tiveram nenhuma reacção intempestiva porque o que os preocupa é apenas as metas.
Mais nada.
O resto é folclore para consumo interno.
E, tal como a queda do governo e o resgate iminente não foram surpresa para mim, também não o foram para os mercados, que já contavam com isto há muito (basta ver um gráfico dos CDS sobre Portugal nos últimos 2 anos, e especialmente nos últimos meses).
Porque é que os media não dizem que a bolsa lisboeta subiu mais de 1% no dia a seguir à queda?
Simples, porque não convém para a narrativa que querem vender ao nosso povo facilmente manipulável (julgam eles depois de 6 anos a fazê-lo impunemente).
Bom, há sempre mais pontos da narrativa para desmascarar mas não sei se isto é útil para alguém ou se é já óbvio para todos.
E como é 5ª feira e estou a ficar irritado só a escrever sobre este assunto termino por aqui.
Se quiserem que eu vá escrevendo mais digam, porque isto dá muito trabalho.
Henrique Medina Carreira
TALVEZ FOSSE BOA IDEIA DIVULGAREM AOS VOSSOS (AS) AMIGOS (AS)
PARA BEM DE TODOS
. ...
. REFLEXÕES SOBRE O SISTEMA...
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. MOVIMENTO CONTRA O NAO : ...
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