Terça-feira, 21 de Outubro de 2008

Um artigo de Mário Crêspo

 

Artigo de Mário Crespo no JN 
A valsa
"Dancemos, já que temos a valsa começada e o nada há-de acabar-se como todas as coisas"
Várias vezes ao dia figuras do Estado e do sector privado desdobram-se a anunciar que Portugal está em óptima posição para enfrentar a tormenta. O argumento é o mesmo. O nosso sector bancário é do melhor que há. Os gestores do passado e do presente tudo previram, até o imprevisível.
 
Podemos dormir descansados porque os nossos bens, tal como as G3 desaparecidas no 25 de Abril, estão em boas mãos.
 
Não é verdade.
 
Os nossos bens não estão seguros e nós não estamos em melhor posição do que outros. Temos fundos de reforma públicos e privados aplicados em bancos estrangeiros que já faliram, e cujo futuro é incerto. Para evitar a corrida aos bancos, quem nos governa e gere é obrigado a participar nesta farsa para nos serenar porque, como disse o poeta moçambicano Reinaldo Ferreira, "Dancemos já que temos a valsa começada e o nada há-de acabar-se como todas as coisas.".
 
Os primeiros acordes da valsa vieram de longe sob as batutas do Primeiro-Ministro Cavaco Silva e do Governador do Banco de Portugal Tavares Moreira que empenharam 17 toneladas de ouro num sonho de rendimentos fabulosos prometidos por um especulador chamado Michael Milken, dono da Drexel, na mais pura tradição da Dona Branca. Investir na Drexel, era de facto o tal "gato por lebre", que o Professor Cavaco Silva viria a denunciar na Bolsa de Lisboa, causando o grande crash no mercado em Portugal. Pena é que essa sensatez não se tenha aplicado na Drexel. Desse desastre de 1990, Portugal só conseguiu reaver uma parcela menor, esgravatada nas sobras da falência fraudulenta, já com Milken na prisão. O que se recuperou foi ainda mais irrisório depois de abatidos os custos da acção movida em nome do Banco de Portugal pelos advogados de Wall Street da Cadwater, Wickersham & Taft, que foi o litígio mais caro da nossa história.
 
Há duas décadas havia evidência concreta que Portugal não tinha nem a regulação adequada nem o bom senso para aplicar medidas que evitassem investimento jogador e ganancioso com dinheiro público. Não só não havia prudência como não havia vontade política de impor salvaguardas prudenciais. O populismo sempre se sobrepôs ao bom senso. Em Março de 1999 um governante veio a público anunciar aos portugueses endividados que o Governo tinha uma lei para equiparar as falências das famílias às falências das empresas, portanto com as mesmas garantias patrimoniais na administração de massas falidas.
 
Traduzido, o que isso dizia era: comprem o carro, a playstation e as férias em Punta Cana com o cartão, porque quando não puderem pagar o governo dá uma ajudinha. Isto aconteceu há uma década e arauto deste maná era Ministro-adjunto no Governo de António Guterres e chamava-se José Sócrates. É bizarro e preocupante que estes actores do passado e do presente, acolitados por executivos de uma banca em dificuldades, nos venham de hora a hora dizer que está tudo bem. 
Não está. 
Deviam dizer-nos para deitar fora o cartão de crédito. Deviam obrigar os anúncios do Credito na Hora a ser exaustivos na explicação do que oferecem. Deviam sugerir que muitos de nós não temos dinheiro para ter nem plasma nem carro.
 
Que, de facto, já não temos casa.
 
Que temos que fazer opções entre aceitar o canto dos prestamistas que, com ou sem fraque, nos virão cobrar, e fazer economias para a educação dos nossos filhos, porque só essa nos pode garantir algo de sólido no futuro.
 
E isso não vem com computadores à borla e "garantias" de segurança de quem nunca as assegurou.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

publicado por blogdaportugalidade às 19:24
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As pensões vitalicias e ...os profissionais da politica..,com despacho???alguém vai acreditar??

É verdade.

O email que ontem enviei ao Sr Presidente da República ,com conhrcimento às várias células do govêrno ,teve um despacho :

 

Data: 21-10-2008 11:15:20
Assunto: RE: A questão das pensões vitalicias e profissionalização dos politicos....
 

Acusamos a recepção da sua mensagem e informamos que foi reencaminhada para o Gabinete do Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social.   
 
Com os melhores cumprimentos,
Relações Públicas e apoio ao Conselho de Ministros
Secretaria-Geral
Presidência do Conselho de Ministros
 

Mas ,o que acreditamos não será na justiça social,mas talvez à semelhança do que se passou há meses em que levantei um problema com a Certiel e mandaram-me ao RTI,no Tribunal tributário para fixação de termo de residência e identificação...

Isto não dá nada,mas ao menos ,eles politicos ,poderão verificar que dão " uma no Cravo e

outra na ferradura " e continuamos como dantes,embora o Quartel General ,já não seja em Abrantes...

Isto é um pouco para mostrar que não vale a pena as manifs,seja de médicos,militares

enfermeiros ,professores e outras classes mais injustiçadas...em relação às priveligiadas

classes politicas...

Mas há qualquer coisa que está mal...

Vejamos o caso dos Açôres: Ganhou o PS,com uma abstenção que ultrapassa os 50%...

Havendo uma abstenção destas e ,já tem havido até mais de 60%,será legistimo haver

govêrnos que governem democraticamente ,ou apenas para aqueles que tiveram,como lobies,o trabalho de ir às urnas????

Por exemplo ,pessoalmente NUNCA  VOTEI,embora tivesse feito ou tomado parte de mêsas

de votação,nessa altura no LICEU de S.João do Estoril...Tive ocasião de conhecer muita

gente que só conhecia de nome,mas passei a conhecê-los no acto da VOTAÇÃO...

E por quê nunca votar...? Por achar ser um acto de pouco interesse,quando de antemão já

se saiba quem vai ganhar....É verdade...

Por outro lado,ao longo dos tempos tenho verificado haver alguns concidadãos com uma

profissão que sempre os conheci ,mas que merçê de certas facilidades conseguiram ser

doutores e hoje poderá acontecer ir a uma junta ou a uma câmara  e desejar falar com

um desses cidadão que foram nossos condiscipulos ,dizem-nos logo que o Sr DOUTOR só

pode atender às 4as feiras e é preciso marcação prévia...

É assim ,como se transformou a classe politica,deixando de haver cidadãos comuns que nada tem a ver com esta politica...

É por isso que PORTUGAL,NUNCA sairá deste charco ,lamaçal autetico,por que não tem

politicos que não sabem SERVIR o país,sem primeiro acautelarem os seus proventos...

E ás vezes rio-me por que tenho razão...

Ao fim de semana vão para uma aldeia esquecer os jornais ,as noticias ,mas só que para

lá chegar passo por uma residência de  um vereador da edilidade que antes de o ser foi

presidente da junta de freguesia....Dois anos depois a casa transformou-se ...com a ajude

de amigos...e ,neste país ,já vi ,que quem não tem amigos vieve mal...

É tudo uma engrenagem e nós estamos fora dela...

publicado por blogdaportugalidade às 15:12
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Segunda-feira, 20 de Outubro de 2008

As pensões vitalicias e ...os profissionais da politica..

 

 

 

Subvenções - Despesa anual não pára de aumentar desde 2006

Pensões vitalícias custam 8,3 milhões

 
 
A despesa pública com as pensões vitalícias dos ex-titulares de cargos políticos irá ascender a 8,35 milhões de euros, em 2009. Com o universo de beneficiários a atingir já um número na ordem de 383 pessoas, a verba orçamentada para pagar reformas para toda a vida aos políticos no próximo ano, como prevê a proposta do Orçamento do Estado para 2009, representa um crescimento de 3,2 por cento face aos oito milhões de euros orçamentados para 2008.

O aumento do orçamento para satisfazer os compromissos financeiros com as subvenções vitalícias dos ex-titulares de cargos políticos – uma regalia consagrada na Lei nº 4/85 até Outubro de 2005, quando este diploma foi revogado pela Lei nº 52-A/2005 – é uma consequência imediata da actualização do valor das pensões e, provavelmente, do acréscimo do número de beneficiários, em 2008.

Para já, o montante orçamentado para o pagamento de pensões vitalícias, no próximo ano, permitirá a cada um dos beneficiários, como ex-deputados e ex-governantes, receber uma prestação mensal média na ordem dos 1807 euros, durante 12 meses. Por ano, cada um destes ex-titulares de cargos políticos irá auferir um total de cerca de 21 684 euros.

Com o envelhecimento e a retirada da vida política, o número de beneficiários da subvenção vitalícia subiu progressivamente desde 2003: em 15 anos, registou-se um aumento de quase 172 por cento no número de beneficiários e, entre 2003 e 2009, a despesa anual irá crescer quase 30,5 por cento. Nos próximos anos, por via dos deputados que ainda têm direito a esta regalia, os gastos anuais continuarão a crescer.

A lista de pensões vitalícias inclui personalidades tão conhecidas como os socialistas Almeida Santos, José Penedos e João Cravinho, os sociais-democratas Manuela Ferreira Leite, Marques Mendes e Carlos Encarnação, os comunistas Odete Santos e Rogério Brito e a ecologista Isabel Castro.

TRINTA DEPUTADOS AINDA TÊM DIREITO

O universo de potenciais beneficiários da pensão vitalícia vai continuar a aumentar nos próximos anos, por força dos deputados que ainda são abrangidos pela Lei 4/85.

Em causa estão cerca de 30 parlamentares que atingem, até 2009, os 12 anos de exercício de funções exigidos pela lei para a obtenção da pensão vitalícia. Em 2005, 32 deputados tinham entre sete e 11 anos de exercício de funções.

EXEMPLOS

Luís Marques Mendes, ex-líder e deputado do PSD, pediu a pensão vitalícia no final de 2007. Tinha 50 anos.

Odete Santos, antiga deputada do PCP, pediu a pensão vitalícia em 2007, após ter renunciado ao mandato em Abril. Tinha 66 anos.

João Cravinho, ex-deputado do PS, solicitou a pensão vitalícia em 2007, após ter renunciado ao mandato. Tinha 71 anos.

AUMENTOS ABAIXO DA TAXA DE INFLAÇÃO

Os funcionários públicos não estão satisfeitos com a proposta do Governo para a actualização dos salários e das pensões, em 2009.

Bettencout Picanço, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), deixou ontem claro ao CM que, no seu entender, "em 2009, a inflação vai ficar acima dos 2,5 por cento previstos pelo Governo". E, por isso, "as actualizações ficam abaixo da inflação". Mais: "Prometeram-nos que não perdíamos poder de compra e vão ter de cumprir", diz.

PERGUNTAS & RESPOSTAS

O que é a subvenção mensal vitalícia para titulares de cargos políticos?

A subvenção mensal vitalícia é a prestação pecuniária mensal atribuída a ex-titulares de cargos políticos, exercidos após o 25 de Abril de 1974.

Quem tem direito a receber a pensão vitalícia?

A Lei 4/85 atribuiu esse direito aos membros do Governo, deputados da Assembleia da República (AR), juízes doTribunal Constitucional que não sejam magistrados de carreira, ex-presidentes da AR e ex-primeiros-ministros. Os ex-presidentes da República têm um regime próprio de subvenção vitalícia. Esse direito seria alargado aos governantes e deputados regionais e eurodeputados.

Quantos anos de exercício de funções são necessários para se receber a pensão vitalícia?

No início, com a Lei 4/85, a pensão vitalícia era atribuída por oito ou mais anos de ocupação de cargos políticos, consecutivos ou interpolados. A partir de 18 de Agosto de 1995, com a Lei 26, esse prazo aumentou para 12 ou mais anos.

Em Outubro de 2005, a subvenção vitalícia foi extinta. Ainda há ex-titulares de cargos políticos com direito a essa regalia?

Por pressão dos parlamentares do PS, o Governo aceitou que a subvenção vitalícia fosse atribuída aos deputados que completem 12 anos de funções até ao final da actual legislatura, que termina em 2009.

CÁLCULO DA REFORMA REVISTO

n A partir de 2009, a Segurança Social vai aplicar uma nova fórmula de cálculo às pensões dos reformados que estão no regime transitório, através do qual, nos termos do Decreto-lei 187/2007, o valor da pensão resulta de uma média ponderada entre toda a carreira contributiva e os melhores dez anos de descontos. Certo é que, caso o Governo não altere as regras para a actualização das pensões, tendoemcontao comportamentoda economia, os reformados com pensões acima de 611 euros serão penalizados.

Com a nova fórmula de cálculo, o Ministério do Trabalho e da Segurança Social garante que o valor das reformas poderá aumentar até 30 euros. E a própria proposta do Orçamento do Estado para 2009 consagra que, "a partir de 2009, todos os novos pensionistas cuja pensão tenha sido ou venha a ser calculada ao abrigo do Decreto-lei nº 187/2007, de 10 de Maio, terão a garantia de que sempre que a nova fórmula de cálculo se revele superior à pensão calculada com a fórmula proporcional, que corresponde à média ponderada entre a antiga fórmula e a nova fórmula, será atribuída a nova fórmula desde que esta regra de cálculo se traduza num aumento do valor da pensão efectivamente recebido pelo novo pensionista".

Para já, o ministério de Vieira da Silva escusa-se a revelar a actualização das pensões em 2009. Já os beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA) terão aumentos de 2,9 por cento, no escalão até 630 euros, de 2,4 por cento, no escalão entre 630 e 2556 euros.

NÚMEROS

8204 milhões

Até Agosto último a despesa da Segurança Social com pensões ascendia aos 8204 milhões de euros, um aumento de 6,1 por cento face ao mesmo mês do ano anterior.

4275 milhões

A despesa da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com pensões ultrapassou os 4275 milhões de euros em Agosto. Um aumento de 7,1 por cento em comparação com Agosto de 2007.

1.805 Pensionistas

O número de pensionistas ascendia aos 1.805 milhões no regime geral. Já na Administração Pública há 411 106 aposentados.

António Sérgio Azenha
 Com a devida vénia ,transcrevi este email ao Sr Presidente da nossa República ,para
não se dizer que o nosso Presidente não tem conhecimento da matéria ou,como economista,poderá RECONHECER que qualquer dia Portugal estará na falência se se continuar COM ESTAS PENSÕES VITALICIAS...e noves fora...
 
 
publicado por blogdaportugalidade às 17:47
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