A queda da chefe da diplomacia francesa não foi surpresa. A sua saída era anunciada pela imprensa e exigida por ministros e responsáveis da maioria de direita. Também os eleitores se mostravam descontentes com a política e pelo menos mais de metade queriam vê-la afastada do cargo.
“Ainda que tenha o sentimento de não ter cometido nenhuma falta... decidi abandonar as minhas funções de ministra dos Negócios Estrangeiros e Europeus”, declarou numa carta endereçada a Sarkozy.
A demissão de MAM (as iniciais por que é tratada pela imprensa) vem na sequência do escândalo das suas férias na Tunísia, na altura em que eclodia a revolução que acabou por levar à queda do ditador Ben Ali, e ainda de negócios dos pais da ministra com um importante empresário tunisino.
“Não posso aceitar que alguns utilizem esta cabala para tentar fazer crer que a política externa francesa está enfraquecida”, adiantou.
Também como se esperava, é Alain Juppé, actual ministro da Defesa, quem substituirá Alliot-Marie. O lugar de Juppé deverá, por sua vez, ser ocupado por Gérard Longuet, o conservador líder do partido União por um Movimento Popular.